Pesquisa revela que os primatas podem ser os mamíferos mais sensíveis devido às mudanças ambientais
A Colômbia, um dos países com maior biodiversidade no mundo e com um dos conflitos bélicos mais antigos do continente, está vivendo um período de relativa calma, após negociações entre o governo e a desmobilizada guerrilha das FARC. Por muitos anos, diferentes regiões do país estiveram desabitadas, mas com a entrega de armas feita pela ex- guerrilha, muitas dessas regiões serão habitadas novamente. Isso poderia provocar não só problemas como o desmatamento, mas também alterações nas populações animais que vivem nessas florestas devido à perda de hábitat.
O Laboratório de Ecologia (LabEco) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) em parceria com o Departamento de Ciencias Forestales da Universidad Nacional de Colombia, Sede Medellín, pesquisaram quais mamíferos seriam mais sensíveis no período do pós-conflito na Colômbia. O estudo utilizou a distribuição de 95 espécies e calculou a proporção da sua distribuição dentro de unidades de conservação, dentro de municípios onde o governo fará atividades relacionadas ao pós-conflito, dentro dos diferentes tipos de uso potenciais do solo do país, e usou o risco de extinção de cada espécie para fazer uma modelagem da vulnerabilidade. De todas as espécies analisadas, 15% (14 espécies) foram classificadas em risco alto ou risco muito alto. Um dos pontos mais importantes é que das 14 espécies em risco, 12 são primatas.
Três dos primatas identificados com risco alto de vulnerabilidade. Foto 1. Macaco Aranha do Chocó (Ateles fusciceps), por Angélica Martínez A. Foto 2. Macaco Barrigudo dos Andes (Lagothrix lugens), por Bayron R. Calle-Rendón. Foto 3. Sagui (Saguinus leucopus), por Juan Millán NPC-Colombia.
As regiões com maior número de espécies sensíveis são Urabá e as áreas perto da Serranía de San Lucas, sendo Antioquia o estado com maior número de municípios que tem espécies sensíveis. Dessa forma, os autores propõem a criação de novas unidades de conservação nessas regiões e o uso de primatas como espécies bandeira para fazer programas de conservação liderados pelas vítimas do conflito e os desmobilizados.
Fonte: Calle-Rendón BR, Moreno F, Hilário RR (2018) Vulnerability of mammals to land-use change in Colombia´s post-conflict era. Nature Conservation 29: 79-92.
Para conhecer mais informações deste estudo pode acessar aqui.
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Estudio revela que los primates podrían ser los mamíferos más sensibles debido a los cambios ambientales durante el post-conflicto en Colombia
Colombia, uno de los países más biodiversos del mundo y con uno de los conflictos más antiguos del continente, está atravesando un periodo de relativa calma luego de las negociaciones llevadas a cabo entre el gobierno y la desmovilizada guerrilla de las FARC. Por años, muchas regiones del país permanecieron deshabitadas, pero con la dejación de armas por parte de la ex-guerrilla, muchas de esas regiones serán nuevamente pobladas. Esto podría desencadenar problemas como la deforestación y consecuentemente, la pérdida de hábitat para las especies de fauna que habitan esos bosques.
El Laboratório de Ecologia de la Universidade Federal do Amapá junto con el Departamento de Ciencias Forestales de la Universidad Nacional de Colombia Sede Medellín, investigaron cuáles mamíferos serían más sensibles durante el periodo del post-conflicto en Colombia. El estudio usó la distribución de 95 especies y calculó la proporción de su distribución dentro de áreas protegidas, dentro de los municipios donde el gobierno desarrollará actividades relacionadas al post-conflicto, dentro de los diferentes tipos de uso potencial del suelo del país, y usó el riesgo de extinción de cada especie para modelar el grado de vulnerabilidad. Del total de especies analizadas, 15% (14 especies) fueron clasificadas como especies en alto riesgo o muy alto riesgo. Pero lo que más llamó la atención de este hallazgo es que de las 14 especies en riesgo, 12 son primates.
Las regiones con mayor número de especies sensibles son Urabá y las áreas en inmediaciones a la Serranía de San Lucas, siendo Antioquia el departamento con mayor número de municipios que tiene especies que podrían ser afectadas. Por tal motivo, los autores proponen la creación de nuevas áreas protegidas en esas regiones y el uso de primates como especies bandera para llevar a cabo programas de conservación liderados por víctimas del conflicto y desmovilizados.
Fuente: Calle-Rendón BR, Moreno F, Hilário RR (2018) Vulnerability of mammals to land-use change in Colombia´s post-conflict era. Nature Conservation 29: 79-92.
Acceda al estudio completo aquí.